O assunto que trabalharemos hoje será Desinências. Espero que todos estejam dispostos a aprender, pois é um conteúdo bem tranquilo e legal de se estudar!
Primeiramente, acho importante que todos tenham em mente a definição de desinências. Segundo Valter Kehdi, 2012, "desinências são os morfemas terminais das palavras variáveis. Servem para indicar as flexões de gênero e número (desinências nominais), e de modo-tempo e número-pessoa (desinências verbais)".
Vamos entender melhor essa definição?
Em postagens anteriores, expliquei que morfema é a unidade mínima da palavra, portanto ficou ainda mais fácil de compreender a definição de desinências.
Esse morfema posiciona-se à direita do radical, por isso é comum que façamos algumas confusões com os sufixos. Para que isso não aconteça, explicarei as diferenças entre desinências e sufixos:
As desinências são elementos que ajudam na concordância da frase, por isso têm um valor mais obrigatório. Vejamos a seguir uma frase de Mário Quintana para analisarmos melhor:
A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão. Mário Quintana
Peguemos o primeiro período da frase para analisarmos. Consegue perceber a concordância da frase? O artigo A e o verbo acendeu são elementos subordinados ao substantivo noite. Dessa forma, o artigo fica no feminino e singular (concorda com o gênero já que noite é um substantivo feminino e número) e o verbo acendeu se mostra no singular, pois noite é um substantivo singular. Neste caso, estamos diante de desinências.
O sufixo, por sua vez, possibilita criação de novas palavras, como já foi dito em postagens anteriores.
Outra diferença significativa entre eles é a que Valter Kehdi, 2012, nos traz, dizendo que as desinências são morfemas que não podemos dispensar. Por isso, toda forma verbal portuguesa está associada as noções de modo e tempo e de número e pessoa.
A partir disso, podemos concluir que o grau (elemento considerado como flexão por muitas gramáticas) não constitui um caso de flexão e por isso não é uma desinência, se tornando apenas uma derivação sufixal.
Ficou confuso? Observe...
Expliquei que uma das características marcantes da desinência é o valor mais obrigatório, para mantei uma concordância na frase. Certo? Pois bem. Agora, observe essa frase:
"Diminutivo sempre dá ideia de meigo: assassinatinho". (Autor desconhecido)
Percebemos a presença de um substantivo no grau diminutivo: assassinatinho. Porém, esse grau não constitui valor obrigatório na frase uma vez que podemos substituí-lo pela expressão pequeno assassinato. Entenderam?
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